22 março 2010

Quem consegue ser indiferente a uma chupada?

Acontece, mesmo com cuidados redobrados e anos de experiência hora ou outra acontece. E no dia depois do crime, você ainda escovando os dentes se depara com uma mancha no seu pescoço: “Filho da puta”, o que resta agora é reclamar e só. A chupada é um fato, e denuncia uma intensa noite de sexo. Ergam suas cabeças chupados amigos, não há nada a fazer a não ser se resignar e assumir, pois tentar disfarçar só piora a situação. Sigo a rotina apenas tentando evitar o ângulo denunciador e crente na discrição daqueles que vou encontrar durante o dia. Discrição que todos, absolutamente todos, decidem não exercer. Impossível contar o número exato, mas algumas reações foram curiosas ou um tanto quanto maldosas:

Dudu – O primeiro a constatar, um adolescente (imaturo quase beirando o autismo) aponta incisivamente o meu pescoço e dispara: “Safadinho, ai ai. Deixa eu ver? Hum hein!”. Em resposta um olhar fulminante e um “some daqui”, dito com os lábios quase fechados.

Mãe – No meio de um de seus enfadonhos discursos, eu sentado na calçada e ela de pé. Olho para sua face, e no meio de uma afirmação ela diz, em tom surpreso: “Que chupada é essa?”. Em resposta um muxoxo e o desvio de meu rosto, de volta ao livro que tentava ler.

Jonas – Depois de uma tarde inteira juntos, ele enfim percebe o marca e grita: “Giu, que chupão é esse?”, estávamos na fila do caixa do supermercado, local adequadíssimo para tal observação. Respondi com uma mentira absurda qualquer, e ele olhando insistentemente para a já famosa chupada.

Giordanna – Discreta, não comentou nada diretamente. Mas foi a primeira a confirmar em uma mesa de bar: “É sim, é uma chupada”.

Adrianinha – Nem mesmo me cumprimentou e compulsivamente me fez perguntas referentes à chupada, todos em volta olham para mim, disfarço e saio andando. Não vencida ela grita, do outro lado da rua: “Vai me contar tudo, com detalhes”.

Lucilene – Olhou meu pescoço e me encarou com um sorriso que transparecia vitória e prazer. Respondi com uma pergunta: “O que foi garota?”. O mesmo sorriso e um tom malicioso. Ela foi a responsável por mostrar minha chupada para pelo menos meia dúzia de outras pessoas, sempre com aquele sorriso.

Nanda – Sento ao seu lado no banco do passageiro do carro e ela bem dramática anuncia para os presentes: “O que é isso? Seu pescoço está todo arranhado. O que aconteceu? Quem foi?”.

Lili - Até se esforçou para acreditar em mim, mas diante da euforia dos presentes ela se rendeu e aceitou que era uma chupada e não uma mancha devido a meu barbear malfeito.

Bibãozinho – Não só falou alto, mas também perguntou como foi. Solicitava detalhes e perguntava: “Foi bom ontem à noite, foi gostosinho né?”. Constrangimento pouco é bobagem, então ele me abraçava e me alisava enquanto discorria acerca da chupada.

Fabiano – Dois dias depois do fato, em uma conversa habitual, ele pára e me olha fixamente. Coloca o celular na boca – lasciva e debochadamente – e pergunta: “Quem foi?”, eu inocente demoro a perceber do que ele estava falando, mas aceito o destino, afinal a chupada está lá.

O que alivia é saber que em poucos dias, e depois de muito gelo, a marca some e a ostentação do pescoço poderá (de novo) ser imponente e despreocupada. Mas a afirmação mais irritante, sem dúvidas, foi a do autor da obra de arte que me disse a seguinte frase: “E ae, o que seu namoradinho achou do seu pescoço”, ainda bem que o “namoradinho” só existe na fantasia dele, maldade consciente que felizmente não causou grandes danos.



4 comentários:

  1. kkkkkkkkkk isso de "uma mancha devido a meu barbear malfeito" já aconteceu comigo, e há pouquíssimo tempo atrás. Realmente era um arranhão ocasionado pela já cega gilette, mas que causou dúvidas em alguns rs
    Já um chupão de verdade, só uma vez, e tão microscópico que praticamente ninguém percebeu, mesmo eu nessa condição de pouca melanina no corpo rs

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  2. Como sempre teus posts possuem uma verdade cotidiana tao crua que é impossível ñ se identificar com determinada situaçao..ehehehe
    Já fui vitima da indiscreta marquinha no pescoço e já questionei quem a possuia. Todo mundo sabe como a marquinha é feita, mas algo dentro de nós quer a confirmaçao. É inexplicável!

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  3. Eu preciso ver para poder ver qual será minha reação... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.. Bjos my love

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  4. O pior é não ter respostas
    Uma curiosidade loucaaa de saber detalhes

    Nandaaaa

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