12 março 2009

Não basta ir ao Bar da Fava, tem de dançar “Na boquinha da garrafa”.

Confesso que tinha certo fetichismo em ir ao famigerado Bar da Fava, localizado no bairro Cachoeira, e como vontade é algo a satisfazer estou satisfeito.
É necessário elucidar que a Fava é um ambiente nada familiar conhecido por oferecer noites de forró, gente de estética diferenciada e, claro, cachaça.
O forró eu não ouvi, pois na noite em que resolvi ir a programação era o tão presente em minha rotina samba.
A saga rumo a Fava começa com dois caras gays (eu um deles) duas mulheres (na fase dos 30) e um homem recém-separado de seus vinte e poucos anos, todos fazem a peregrinação rumo à diversão de maneira ecologicamente correta – a pé.
Travessas do Morrinho I, cliclovia, semáforo e Av. Trancredo Neves tudo na maior alegria etílica. Dando as boas-vindas nada mais nada menos que uma figura de alcunha “Coelhinho do mal” e sua cúmplice “Ronaldinha”, por motivos de economia prefiro não me estender nesses personagens.
Enfim a elevação, subo uns três degraus e a animação aumenta no ritmo que avistamos o público masculino, sim estou dentro do caldeirão chamado Fava.
A macharada é um capítulo a parte, tem pra todos os gostos: amigos, conhecidos, novinhos, feios, bonitos, casados, maloqueiros, boleiros, divertidos, arrumadinhos, negros, branquelos, de boné, braçudos, sem camisa, funkeiros, sambistas, bonitos, cheirosos, estranhos, etc.
Cerveja no copo, cerveja na boca e a alegria toma conta do grupo, todo mundo muito a vontade.
Samba no pé e no gogó, mais cervejas, alguns conhecidos e a diversão é ímpar. Dancei, galinhei, me esfreguei (não fui o único) e fiz a social na maior naturalidade, me senti local. Gente suada e muita risada, eis que resolvem tocar um hino dos anos 90 – “boquinha da garrafa”, em qualquer outra ocasião no máximo um sorriso amarelo e a sensação de um dia ter compactuado com aquela inspirada letra, mas na Fava é diferente e então eu e todo mundo desavisadamente dançamos no gargalo da garrafa em um misto de reminiscência feliz e liberdade libertina.
Mais não conto, é necessário passar pela experiência para sentir a transformação em seu espírito baladeiro/bagaceira, mas afirmo que depois da Fava você não mais será o mesmo. Muda a ótica de como se integrar e se entregar.

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