Primeiro dia de Verão, e ele mostra a que veio; um calor absurdamente sufocante que incomoda até mesmo os mais coloridos e saltitantes entusiastas da estação da luminosidade, música alta, calcinhas suadas e peitos à mostra.
Cinco da manhã e eu tentando ler um livro, que é dos
mais chatos que já li na minha medíocre vida, e não bastasse o enfadonho emaranhado
de palavras ainda há mosquitos famintos a circular, picar, sugar e tornar tudo
ainda mais catastrófico.
O cão que não late é sujo e faz passar em frente à
janela de vidros empoeirados aquele que não é meu amigo, namorado, amante ou
seja lá o que poderia vir a ser: Com tempo disponível e desejo acesso a gente
transa, aliás nem sempre ele me fode, felação e algumas mordidas e encoxadas às
vezes é a medida do encontro, desencontro, um não ponto, opondo à rotina,
desdita de dois tortos.
Com o dedo em riste eu afirmo, irritado, algo que ele
fez fora do roteiro predeterminado; álcool e desejo o fizeram se expor (me
expor) e extravasei minha raiva quase iracunda e meio belicosa. Briguei, expliquei e ignorei.
Suas mãos e pau em mármore não deixavam dúvidas, uma
desculpa alinhada em promessa de não mais repetir o excesso e o enlace dos braços
suados – quase sujos e salgados. Sua boca salivava tesão e pressa, e a minha
negava o que o corpo queria.
E quanto mais ele tentava mais eu negava e excitava;
mãos fingindo repelir, língua na nuca, mãos na espádua, costas, bunda.
Sussurros ao pé do ouvido, entre linguadas e baba, e sempre a mesma negativa
contrariando o que o corpo falava. Gemidos incontidos, mãos desesperadas,
sofreguidão de um homem que implorava por prazer e caiu na armadilha egoísta só
minha: Por mais que o desejo fluísse dos meus lábios e mãos - sussurros,
mordidas e unhas cravadas conscientemente.
Foram mais de duas horas de tortura, tesão, suor e
calor; rogar em nome do pai, do filho e espírito santo não foi o bastante. Apoiado em meu dorso ele esfregava o pau e batia uma punheta violenta (desordenada) a
fim de ver a mancha branca em minhas pernas, coxas, sobre a roupa. Em vão,
depois de diversas tentativas pouco convincentes de findar com a brincadeira,
de subjugar suas vontades, eu enfim dei fim ao desespero dele, para
desesperá-lo ainda mais – sim era possível.
Abruptamente o empurrei em meio a gemidos e insistências:
“Chupa, me dá, só um pouco, pega no meu pau, eu quero gozar, eu vou gozar, só
saio depois de você mamar”. Com o pau duro, quente e suado dentro da bermuda
jeans ele foi embora contrariado. Com o corpo quente, o desejo atiçado, e uma
marca no pescoço pouco aparente não gozei o cigarro depois da trepada possível,
mas traguei o domínio das minhas vontades e do meu ego inflado. Meu jogo,
minhas regras, eu o único vitorioso. Restou calor, o cheiro dele e meu sorriso
satisfeito: “Bem feito...”, e seja feita minha vontade.
HAUAHUAHAUHA!!!
ResponderExcluirDemaaais Giu!! (y)
uau! que PUTA texto! parabens! peloque li dos outros ele me parece ficcional e por isto mesmo mais incrivel pelas emoções embutidas! pena que tem escrito pouco, justo agora que descobri teu espaço! abs!
ResponderExcluirQue bom que gostou do texto, e sim preciso retomar o hábito de escrever para o blog. E apesar de não parecer é sim verídico, cometi esta maldade e foi bom relembrar agora.
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