15 dezembro 2011

Fantasia sexual, uma segunda chance

Fetichismo, cada um e todo mundo tem sua pequena caixa de fantasias sexuais, seja a simples predileção por pés ou mesmo inomináveis, ou não, distúrbios.
Quem nunca desejou dar, ou levar, um tapa na cara que levante a mão – todos somos um tanto culpados, e há culpa?
Em uma qualquer e incerta madrugada, de tempos idos, fantasiei com um desconhecido e sua
camisa de time, desejo não saciado e a imagem até então a me perturbar, acompanhar-me em insones e em riste noites. Eis que em uma esquina, sempre há esquinas, uma troca rápida de olhares e uma verde camisa a cobrir o peitoral que desnudei.
Meu pescoço a se contorcer acompanhando o torcedor do Palmeiras, ele também me procura, mas diante das incertezas e descaminhos da madrugada sigo em frente, não sem antes o perder de vista.
O desejo naquele rosto quase infantil cresceu com a impossibilidade gerada por nossos itinerários contrários, mas ao dobrar uma outra esquina ele reaparece. Deus e/ou o diabo moram mesmo nos detalhes e aquela camisa do Palmeiras inviabilizava qualquer negativa minha.
Não bastasse a camiseta, que tirei do seu corpo em momento apropriadíssimo, ele também era lindo. O tipo de beleza não-óbvia que tanto me faz suspirar, um rosto de menino com linhas fortes e um olhar de homem que já viveu algumas das dores do mundo.
O pau, peitos, barriga e aquele gemido contido. As mãos dançando em meus braços e nuca, intimidade e carinho igual ao de casais que se reencontram depois de uma partida. Não, não éramos apenas estranhos a saciar nossos desejos, mas o objetivo das fantasias sexuais é o gozo, não cabe expectativas neste acordo de cavalheiros – talvez mais 15 minutos eu me aventurava a iniciar um laço, mas o que me pertencia de fato era a fantasia, agora realizada.
Inebriado, absorto, senti-me prostrado ao meu desejo ao ver aquela camiseta alviverde de poliéster se perdendo, de vez, na esquina da minha casa.

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