31 julho 2009

Chuva chove, chove chuva...

Água é necessária à sobrevivência humana, e apenas por este motivo não vou praguejar dramaticamente o excesso de chuva. Nem mesmo os possíveis deleites de dormir ao som da chuva ou uma noitada de sexo embaixo d’água conseguem fazer minha opinião mudar quanto a este fenômeno natural – odeio, mas odeio mesmo, chuva.

A aversão pode ter sido estimulada por meu pai que, apesar de não ser uma figura das mais importantes nos meus referenciais, me deixou a herança de dizer contra (xingar, amaldiçoar, questionar) estas gotas que resolvem cair do céu.

Sinto-me um refém, impossibilitado de exercer o direito de ir e vir, pois mesmo que eu enfrente a fina garoa ou mesmo uma forte tempestade é evidente que serei um Dom Quixote sem nem mesmo um Sancho Pança. Eu, isolado e só na tentativa de ignorar a chuva, que de modo algum deseja ser despercebida.

Pior que chuva só mesmo guarda-chuva, acompanhado de meias molhadas é sem dúvidas um dos castigos de algum dos círculos do inferno de Dante.

E se chove lá fora...Quem não tem o que fazer inventa, então você decide ligar para amigos. Esqueça, o bate-papo vai ser sobre a chuva – não tem jeito ela se faz presente até mesmo se o assunto for “nada a ver”. Hummmmmmm comer. É aumentada a fome quando chove e claro você vai ter desejo insano de saborear algo que não está na geladeira ou armário – tem de sair para comprar, mas como está chovendo...

No desespero, e depois de ter olhado pela janela ao menos uma dezena de vezes a fim de observar se a chuva cessou, você decide assistir TV, jogado no sofá. Não por acaso as emissoras, sabedoras da previsão do tempo, oferecem programação especial composta de filmes que se pudessem ao menos serem classificados como “ruins” você se sentiria feliz.

Como um kamikaze você resolve que vai esquecer da chuva e se entrega ao seu destino (por uma causa nobre), e então aqui estou na frente do monitor, após tentar de tudo: leitura de variedades, noticiário, jogos de cartas, sites de relacionamentos e até pornografia...

Ela, a chuva, persiste e seu som é irritantemente presente, mas ao menos serviu para me motivar a escrever este texto que está encharcado de pingos constantes que insistem em cair e corroboram minha aversão odiosa e belicosa relacionada à chuva.



4 comentários:

  1. Chuva? onde? nem chove no Guarujá hauh Todo dia, sem parar, que chuva né? hauh Concordo sobre o fator dormir ouvindo a chuva - perfeito.

    PS.: Primeira vez que vejo você falar do seu pai, ainda que, uma breve menção. rs

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  2. A breve menção ao meu progenitor (gostei desta palavra) é o suprasumo, não se engane...o universo masculino nunca foi relevânte.

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  3. Giuliano, se bem me lembro, supra-sumo tem tirete. #ficaadica

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  4. Salve salve Fabiana Augusto (incomparável), sim a palavra em questão é grafada com o uso do hífen. #DerrapeiSaraiva

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