13 dezembro 2012

Vodka no copo e apagão no cérebro


Sempre desconfiei, e até mesmo agredi, quem depois de um porre fazia uso da prerrogativa popular e etílica conhecida pela afirmativa: “Não lembro de nada disso”. Porres homéricos integram meu curriculum e em nenhum deles este lapso de memória se fez presente, acreditava eu que era desculpa das mais sacanas para não assumir os atos, afinal a frase feita “A bebida entra a verdade sai” serve de argumento irrefutável para mim; e assumir desejos nem sempre é confortável. A bebida é uma excelente desculpa para encorajar atitudes escondidas em forma de vontades guardadas nos escaninhos submersos no negrume do nosso inconsciente. 
E eis que em uma segunda-feira, por volta das 3 da manhã, um desejo enorme por chocolate me invade. Na falta de um bombom, ou mesmo uma barra, decido então acompanhar um meu amigo num brinde com vodka e energético - mais vodka por favor porque isso está fraco demais.
Evidente que me diverti e ri muito, bem além da normalidade idiotizante que faz parte de todos meus encontros com amigos, coleguinhas ou seja lá o que forem aqueles que me cercam.
Mas sempre tem o “o outro dia”, e confesso que não apenas um incômodo estomacal me acompanhou por horas e horas, mas também ausência de memória. Sim, alguns fatos acontecidos na noite anterior se faziam presentes de maneira diáfana e outros simplesmente se apagaram da minha mente etilizada. Pensei em memória seletiva, mas não. De verdade me senti entregue e com um enorme ponto de interrogação a cada cena que vagava em minha cabeça, mas no fim das contas nada de mais eu fiz; porém a sensação de esquecimento é brutal e a perda de consciência dos meus atos me causou ansiedade e inquietação.
Submerso em uma vida de clichês é claro que prometi nunca mais nesta vida beber de novo, e de forma previsível dois dias depois estava eu com um copo na mão, mas de agora em diante com moderação, acredito eu.

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