08 julho 2010

Do primeiro ao último trago


Politicamente correto que nada, dou de ombro com as regras da geração saúde. O que eu quero mesmo é acender mais um cigarro.

Não sou o típico viciado, oscilo períodos entre fumante e não fumante, isso porque o ato de fumar tem de ser prazeroso e não mecânico e involuntário; e fumar é deliciosamente bom.

É até meio suicida eu sei, mas sentir a fumaça invadir o corpo junto com a sensação de alívio (não sei bem do quê) é um prazer a se permitir. Tudo bem que algumas vezes (muitas) o cigarro serve como muleta, na qual eu me apóio em momentos de estresse, fome, desilusão, raiva e principalmente decepções sentimentais.

Curioso, há tempos percebi que minhas recaídas às tragadas geralmente têm como protagonista algum homem. A figura masculina fumando é - na maioria das vezes - extremamente sensual, e eles tragam com uma vontade ímpar; basta olhar alguns caras fumando e minha boca saliva de vontade, e nesse idílio de voyeur perco o controle e acendo “só unzinho” que às vezes é o primeiro de uma sequência.

Vou do primeiro ao mais recente cigarro por eu acesso em um breve relato, com cheiro de tabaco:

O primeiro cigarro a gente nunca esquece, e no meu caso aprendi as técnicas de fumar a fim de provar para um “meu” homem que sim conseguiria aprender a dar uns traguinhos. Ele, maldoso que era, a me ver brincando com um cigarro me disse: “Você nunca vai conseguir tragar, nem adianta tentar”. E claro que a partir dessa sua colocação eu engasguei muito tentando (às escondidas) aprender a fumar, e aprendi. Todo orgulhoso e pretensioso fumei na frente dele (para seu desespero) e não parei por um período considerável.

O último a ser acesso é conseqüência de ter dividido, de brincadeira, um cigarro inocente com um homem que mesmo sem ainda saber eu estava apaixonado. O cigarro nos ligava, e o sabor da nicotina transpassada pelo ar que ele aspirava era delicioso de se ver, muitos foram os cigarros fumados juntos, divididos.

Quando ele não estava por perto acendia um, só para matar a saudade e sentir o vazio que ele deixava ser preenchido pela fumaça quente e espessa do cigarro – nosso elo. E por isso voltei a fumar, para surpresa de muitos, uns poucos cigarros diários (mais noturnos) como o que agora vou acender e fumar pensando em alguém que vale menos que o cigarro apagado, jogado ao chão e pisado casualmente.


4 comentários:

  1. ainda bem que meu amor quebre minha boca se eu fumar, mas senão fosse isso esse seu texto me faria acender um agora.

    ResponderExcluir
  2. Some não! Kd vc? Kd os textos novos??????
    Assim eu fico ansioso...Vou precisar de um cigarro ;)

    ResponderExcluir
  3. Sumi, mas já voltei rs...
    Estava sem PC, e após colocar a leitura em dia volto a postar. Abç Kiko, porque tenho de correr para acender mais um cigarrinho.

    ResponderExcluir
  4. mano eu só nom me identifikei na parte do homem e talls
    meu negosio e mulher mesmo
    rsrsrsrs
    mas mano impossivel ler este texto e não ascender um cigarro

    ResponderExcluir