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30 setembro 2009

Maldade, às vezes, é bom

Mulheres são inseguras, e não adianta fazer careta e dizer: “Que preconceito”, pois a maioria avassaladora das mulheres é insegura sim, principalmente se ela for casada com um homem bonito e este tem um “amigo” gay.

É curioso, as mulheres conseguem ver nos gays o que poucos homens percebem e diante do constatado elas se sentem ameaçadas pela supremacia, afinal (pelo menos no imaginário feminino) nós gays somos: inteligentes, fiéis, sensíveis, divertidos, sabemos dançar, bons conselheiros, bons de cama, influentes, sensuais... E claro, o companheiro dela vai cair de quatro por esta figura tão maravilhosa e a abandonará para sempre, desolada e deprimida. Elas até aceitam uma ou outra traição, mas ser “trocada” por um gay é inconcebível – e elas sofrem por suspeitas banais.

Quando percebo que não estou agradando a companheira de algum amigo mais “íntimo”, de verdade, eu evito ao máximo o contato físico. Mas apesar de ser bonzinho, não sou santo, às vezes me divirto com alguma mulher insegura, se ela é claro deixar muito evidente o descontentamento e de alguma forma me inspirar a maldade. É bom incomodar, ver o ciúme tomando conta do outro, provocar deliberadamente e fazer cara de bem intencionado, afinal somos apenas bons “amigos”. E amigos se beijam, tocam-se mutuamente, falam segredos baixinho, e têm um código linguístico único (Aquelas frases que só um e o outro entendem, mais ninguém, afinal temos uma história pregressa).

A maldade arquitetada é divertida, mas delicioso mesmo é estimular o ódio alheio sem se esforçar, só com a sua presença – e que ela seja naturalmente exuberante.

E mesmo tentando me ignorar, sem nem mesmo conseguir me olhar de tanto ódio contido, é algo libidinoso perceber que a mulher do meu amigo está testando seu autocontrole, mas se perde no abismo de emoções e desconfiança que eu provoco nela. Expressões faciais de descontentamento, alteração na voz, necessidade de trazer seu homem para perto, irritabilidade e afins me proporcionam um prazer sádico quando percebido em algumas inseguras mulheres de amigos meus. Mas o que eu posso fazer, se elas me acham foda?



20 junho 2009

Gays, homens, sexo e 10%

Recente pesquisa, realizada pelo Ministério da Saúde afirma que 10% dos homens brasileiros já tiveram, ao menos uma, relação sexual com outro homem. Este índice ficou na minha cabeça: 10%, 10%, 10%, 10%, 10%, 10%, 10%... Apesar de ser reticente quanto a pesquisas o número serve para apontar que os homens estão mais caras de pau e assumindo suas práticas realizadas, na maioria das vezes, no mais absoluto anonimato. A realidade – a minha é claro – é outra e este número é enormemente maior.
As românticas inveteradas devem parar de ler este texto (agora) e continuarem à espera do homem ideal. Se você continua lendo, a responsabilidade pela perda do encantamento é sua, a verdade é que o número de homens que transam com gays é muito maior.
Eu mesmo me surpreendo com alguns casos, homens “de família” de comportamento tipicamente masculino fazem sexo com homens sim; e a prática não se restringe à faixa etária mais jovem - aberta a aventuras e com testosterona aos borbotões – tem para todos os gostos e desde os novinhos até aos já idosos as brincadeirinhas rolam solta.
O casamento (instituição sagrada e exclusiva aos heterossexuais) não é garantia de fidelidade e não realização de prazerosos encontros entre meninos, são tantos os casados que se relacionam com gays que arrisco a dizer que os casados são mais frequentes que os solteiros.
Mas a questão dos HSH – Homens que fazem sexo com outros homens (não necessariamente que eles sejam gays), além de ser um terror para a ala feminina também afeta em cheio os gays. Apesar de até existir, no inconsciente coletivo gay, um código de conduta ao se relacionar com homens não-gays é crescente uma modalidade: Os “dadeiros”, e estes confundem as relações. Na maioria dos casos o homem desempenha o papel social masculino, são denominados como “ativos”, mas há esta nova denominação, explico:
Os “dadeiros” não são gays, eles apenas gostam de ser penetrados por outros homens, e não têm culpa ou questionam o ato. Eles apresentam os estereótipos típicos dos homens e, acredito eu, não cogitam viver uma relação afetiva com outro homem, a questão é só sexual (mais precisamente, anal).
O problema é que os acertos em um primeiro encontro não são claros e objetivos o bastante, e aí um gay assumido pode se decepcionar ao acreditar que vai encontrar um homem para chamar de seu e na hora “H” ser ele o doador de falo. Para quem é “total flex” a questão é facilmente resolvida, mas há quem é mais tradicional e desempenha apenas um papel sexual.
Seria engraçado se não fosse constrangedor, mas assim são os novos arranjos sexuais que caminham para uma total liberdade de sentir. A bissexualidade, a meu ver, será a definição das novas gerações, acho bom, acho digno, acho correto, afinal somos seres que amam.
E amar não deve ter barreira alguma, muito além da casca o que vale é o que o outro é em si. Amai-vos uns aos outros. E voltando aos 10%, apesar de ser um número consistente, acredito que se eles fossem sinceros teríamos pelo menos 83,7% de homens que já tiveram relações sexuais com outros homens, mesmo que apenas “umazinha”.

17 maio 2009

A festa do Gordo

China, Tuza, Kiko, Melão, Bibãozinho, Dái, Dedê, Tião, Nego, Róbi e Fininho. Não, não é a contagem de detentos na cela de alguma penitenciária, os epítetos são todos reais e seus respectivos donos estavam na festa de aniversário do Gordo. O Gordo é uma figura típica – acima do peso, alegre, tem teor de álcool elevado nas veias, inocente e aberto a pequenas ilusões; pronto os membros do clube “Amam beber, detestam pagar” sempre estão em sua companhia. Conheci o aniversariante, é claro, em uma mesa de bar. O cara é gente boa mesmo, sabe conversar, tem bom humor e não extrapola os limites, quem o conhece fala sempre bem dele.
Numa quarta-feira, dia comum e útil, a movimentação começou bem cedo, som em altíssimo volume tocando forró que não toca em rádios e claro, cerveja. Até este momento a lua não dera ainda o ar de sua graça, mas a diversão sim.
Imbuído de um sentimento de solidariedade resolvi, junto à minha comitiva oficial, desejar feliz aniversário ao Gordo. Isso, é claro, após ele ter ido nos buscar pelo pescoço, mas cheio de gracejos e lisonjas.
Eu e o Fabi fomos nos enturmando, adentramos à cozinha e lá estabelecemos nosso ponto fixo, o escolhido cômodo é o epicentro da repercussão do que está acontecendo e estrategicamente caminho obrigatório para o banheiro.
Após algum tempo de intenso trânsito no local saímos à rua para saber o que acontece do lado de lá, onde estão nossas amigas. Todas já bêbadas, saltitantes e alegres em companhia de um rapaz que ostenta um chapéu igualzinho do personagem Chaves, uma balzaquiana viciada em “Gardenal” e uma novata com seu filhinho de aproximadamente 1 ano de vida no colo.
Uma de minhas amigas até encontrou companhia para o restante da noite, incentivado pelas muitas caipirinhas e outras tantas cervejas, boa-sorte é o que desejei. Antes de ir embora ela pergunta: “Será que ele é gay?” Enfim...
O relógio de algum celular alerta, já são 02 horas e 40 minutos e o som continua altíssimo, alegria geral, gente dançando no meio da rua e um carro vira a esquina.
O prefixo da viatura não anotei, mas os policiais até que foram simpáticos com aqueles que defendiam o Gordo, afinal ele é a alegria da rua, como esclareceu a Lili ao policial, coincidentemente um amigo seu de bar.
Foi solicitada a diminuição do volume do som, e os policiais foram embora após atenderem tão importante ocorrência fruto de uma ligação misteriosa. Sem tanto barulho, a festa continuou e todos os presentes foram categóricos: “Se fosse levar o Gordo tinham de levar todo mundo”.
Até poderíamos continuar a festa na delegacia, mas sem perder a alegria e apostando no “bolão” que visava acertar quem foi o autor da ligação ao 190.