20 junho 2009

Gays, homens, sexo e 10%

Recente pesquisa, realizada pelo Ministério da Saúde afirma que 10% dos homens brasileiros já tiveram, ao menos uma, relação sexual com outro homem. Este índice ficou na minha cabeça: 10%, 10%, 10%, 10%, 10%, 10%, 10%... Apesar de ser reticente quanto a pesquisas o número serve para apontar que os homens estão mais caras de pau e assumindo suas práticas realizadas, na maioria das vezes, no mais absoluto anonimato. A realidade – a minha é claro – é outra e este número é enormemente maior.
As românticas inveteradas devem parar de ler este texto (agora) e continuarem à espera do homem ideal. Se você continua lendo, a responsabilidade pela perda do encantamento é sua, a verdade é que o número de homens que transam com gays é muito maior.
Eu mesmo me surpreendo com alguns casos, homens “de família” de comportamento tipicamente masculino fazem sexo com homens sim; e a prática não se restringe à faixa etária mais jovem - aberta a aventuras e com testosterona aos borbotões – tem para todos os gostos e desde os novinhos até aos já idosos as brincadeirinhas rolam solta.
O casamento (instituição sagrada e exclusiva aos heterossexuais) não é garantia de fidelidade e não realização de prazerosos encontros entre meninos, são tantos os casados que se relacionam com gays que arrisco a dizer que os casados são mais frequentes que os solteiros.
Mas a questão dos HSH – Homens que fazem sexo com outros homens (não necessariamente que eles sejam gays), além de ser um terror para a ala feminina também afeta em cheio os gays. Apesar de até existir, no inconsciente coletivo gay, um código de conduta ao se relacionar com homens não-gays é crescente uma modalidade: Os “dadeiros”, e estes confundem as relações. Na maioria dos casos o homem desempenha o papel social masculino, são denominados como “ativos”, mas há esta nova denominação, explico:
Os “dadeiros” não são gays, eles apenas gostam de ser penetrados por outros homens, e não têm culpa ou questionam o ato. Eles apresentam os estereótipos típicos dos homens e, acredito eu, não cogitam viver uma relação afetiva com outro homem, a questão é só sexual (mais precisamente, anal).
O problema é que os acertos em um primeiro encontro não são claros e objetivos o bastante, e aí um gay assumido pode se decepcionar ao acreditar que vai encontrar um homem para chamar de seu e na hora “H” ser ele o doador de falo. Para quem é “total flex” a questão é facilmente resolvida, mas há quem é mais tradicional e desempenha apenas um papel sexual.
Seria engraçado se não fosse constrangedor, mas assim são os novos arranjos sexuais que caminham para uma total liberdade de sentir. A bissexualidade, a meu ver, será a definição das novas gerações, acho bom, acho digno, acho correto, afinal somos seres que amam.
E amar não deve ter barreira alguma, muito além da casca o que vale é o que o outro é em si. Amai-vos uns aos outros. E voltando aos 10%, apesar de ser um número consistente, acredito que se eles fossem sinceros teríamos pelo menos 83,7% de homens que já tiveram relações sexuais com outros homens, mesmo que apenas “umazinha”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário