Porque se não for estranha não é trepada minha; sabe-se lá por que caralhos tem coisas que só acontecem comigo e na primeira experiência íntima com um estranho. Sim, por que não fazer sexo com estranhos? - daqueles que você conhece em uma mesa de bar ou mesmo cruza na rua com alguma frequência, mas nem sequer verbaliza um "oi".
Meses atrás, talvez seis, quando voltava para casa nessas madrugadas quaisquer eu via (com certa frequência) o rapaz na janela que me observava. Até tentava andar com menos sinuosidade a fim de não chamar atenção, a sensação de estar sendo observado me incomodava e também aguçava minha curiosidade em descobrir ao menos o seu rosto; a escuridão do seu quarto e o negrume da noite favoreciam seu quase anonimato. Inevitável o encontrar, afinal a rua onde ele mora faz parte do meu itinerário, e em uma ocasião banal o vejo descendo as escadas do sobrado onde mora. Deliberadamente diminuo o ritmo dos meus passos a fim de enfim ver quem é o garoto da janela, cruzamos nossos caminhos na esquina e um olhar rápido denunciou ser mesmo ele, e ele era explicitamente bonito. Com o passar dos dias, confirmei não só sua irritante beleza como também o via frequentemente, rodeado de amigos, andando de bicicleta, saindo de casa sabe-se lá para onde, e nunca mais no parapeito da janela.
Inês é morta, mas ele não; e para minha surpresa o vejo na rua onde moro vindo em minha direção e, sem cerimônia, ele me pergunta se eu moro sozinho e pede meu número de telefone. Durante semanas foram algumas mensagens de texto, muitas ligações não atendidas e eu sem entender o motivo pelo qual eu não me inspirava em sair com o menino lindo que muito me observou de sua janela. Talvez a facilidade da situação, uma vez que tenho tendências a complicar as relações afetivas e sexuais, enfim...
Evidente que ele desistiu, mas não sem
antes me encontrar inúmeras vezes pelas ruas do bairro e me ignorar, salvo
quando ele estava com uma namoradinha (fez questão de olhar bem na minha cara)
e eu dei de ombros. Mas o tal destino (ou seria o demônio?)
é ardiloso, e na madrugada passada ele aparece como mágica e começa a conversar
com uma minha amiga, erámos quatro: Eu, minha amiga, ele e o incômodo da
situação.
Conversamos amenidades, e a hora redonda
nos fez cada um seguir seu rumo, o relógio no celular marca 3 horas e 30
minutos. Confesso que fui embora solicitando mentalmente que ele não me
“encontrasse”, não queria mais uma tentativa dele e outra negativa minha; chego
em casa sem contratempos, aliviado e um pouco decepcionado, mas melhor assim.
Cerca de 20 minutos depois desta vez da minha janela vejo ele, abro a porta e o
rapaz - lindo como um sonho infantil – sorri, amansa sua voz, relembra nosso primeiro
não-encontro, e faz o convite. Corpo completamente nu esparramado na cama, as
tatuagens e um cheiro que ficou nas minhas mãos, mas o que poderia ser mais uma
noite de sexo casual e banal não o foi.
Cliente satisfeito, ele gozou e no
decorrer da transa chamava meu nome de um jeito sensual e delicioso; mas o pau
não ficou em riste. Pernas, peito, barriga e um pau meia-bomba (nem duro
tampouco mole).
Entre gemidos contidos aquele pau
malemolente gozou uma porra salgada e em quantidade quase imperceptível. Um
adeus sorridente e satisfeito dele e a promessa em voltar e eu me perguntando:
“Que porra foi isso?”, e continuo na dúvida de como – e se – agir com o menino
da janela.
Pau meia bomba é serviço pra algumas de nossas amigas ativas.
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