02 julho 2013

A vida em stand by


É foda quando, de uma hora para outra, você percebe o quanto sua vida está uma merda. Isso mesmo, você desatento na zona de conforto e de repente...
...de repente aparece uma pessoa.
E você inconscientemente torce para ele entrar no chat do facebook, quer rir junto, marca para fumar um cigarro, diz não saber o motivo - mas que ele te faz bem, só dorme depois de dar “boa noite”, e acorda com o primeiro pensamento nele. Assim, como num estalar de dedos, esta pessoa entra na sua rotina e aquele outro amor (o que não frutifica, mas te acompanha. Enfim...) ele começa a esmaecer.
Eis o tapa na cara, dado pela vaidosa e às vezes ruidosa e apressada vida, e então o click: “Que merda eu estou fazendo da minha vida ou melhor, não fazendo?”
A percepção evidente de que a vida estava passando sem ao menos você perceber os movimentos mais básicos, vivendo em stand by.
O que fazer? Não dá para correr de si mesmo. A dicotomia entre o novo brilho nos olhos que ele te traz ou a luz habitual que o outro ainda fornece é a grande questão que a vida jogou no seu colo a fim de que você, e só você resolva.
Aos poucos o novo cara toma conta dos espaços, e você percebe que a sua vida pode não ser aquela que você merece, mas está melhor. E o outro amor, aquele morno, esfria e rodopia pelo ralo da pia. A rotina silenciosa e os desencantos ainda estão aqui, mas agora há motivos para ao menos questionar esta vida malvivida e sufocada pela mesmice e falta de horizonte – horizonte este que ele insiste em apontar e lá está.

Um comentário: