10 abril 2012

Uma crise


Meu corpo parece insuficiente para me caber e, de novo, sinto que estou perdido em uma estrada escura e desconhecida às vésperas de ser atropelado por uma manada de cavalos selvagens, cavalgados por demônios - os meus.
Tudo é falta, nada satisfaz. Há só ausência, tanta.
O medo sorri para mim, com sua boca sem dentes e malcheirosa. Onde está você? A promessa de felicidade que sua mão deixou aqui, onde está?
Quero quebrar as correntes, correr nu, apostar todas as fichas, oferecer a outra face, ser apontado na rua, digno de pena ou inveja.
O preço é alto, o passo irreversível, mas meu corpo pede o seu, e preciso me reencontrar nos seus olhos que fizeram eu me perder de mim. Hoje vivo me escondendo do mundo, à procura do que fui e aterrorizado por perceber no horizonte à frente eu transformado em uma sombra pálida – o aborto de nós dois. Tão pouco o tempo que passamos juntos, mas é como se fossemos dois velhos à espera do abraço da morte que deixará um de nós só. Até quando? Inevitável o reencontro.
Que venha o arrependimento - estou pronto - vou sem freio ao seu encontro disposto a te dizer: “Você me faz bem, e sou seu até quando eu caber em você, e não sobrar.”
De braços abertos ou cabeça baixa, é sua a resposta e minha a expectativa.

Um comentário:

  1. Nossa!!!!!!!!!!!!assim vc me mata;sua cultura entre palavra em extremo bem colocadas;pré-supôem-se que fala-se de um amor;de um álguém importante;de um ser lutando contra si próprio(efeito espelho);entre palavras a poesia da solidão;entre gritos silenciosos faz me ouvir coisas e refletir na minha própria dor a imporância de um grande amor e de uma espera que se renova............AMEI vc é The best.

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