Sim, a efeméride é cruel com aqueles que não estão enquadrados no sistema, hoje é o temível “12 de junho”. Com a experiência adquirida ao longo dos anos era para eu simplesmente conhecer todas as artimanhas para sobreviver à data, mas...
É sempre a mesma coisa, a depressão toma conta de cada pedaço meu, e a mente que nunca mente fica ainda mais agitada e cogita todos os amores mal resolvidos, vida afora. A incompetência é toda minha e, de novo, estou só e sem a menor perspectiva de encontrar alguém compatível – sim “compatível”, pois ao menos no príncipe encantado já deixei de acreditar. Flertei com o suicídio, acredito na beleza da obra. Não amanhecer no dia 12 de junho, os comentários, a tristeza compartilhada, o horror, a perplexidade e o egoísmo extremo de não se preocupar com o outro. Só eu, sem eu.
Só que me falta a intensidade necessária ao ato, sem contar na carta/bilhete de despedida que de acordo com Luiz F. Veríssimo é impossível ser escrita em um computador pessoal – ratifico.
Findar não consigo a vida, então tento a fuga da realidade concreta, enganar a mim que nada de extraordinário acontece e finjo (os outros até engano, porém eu acreditar é impossível). A vida dói, sangra, pesa, incomoda, esvai, sufoca e ri da minha infelicidade.
Se o sofrimento é inevitável, que seja completo e dilacerante acompanhado de algumas muitas doses de uma bebida barata qualquer. Brindemos ao não-amor, à solidão, às bocas secas, aos corpos intocados e à presença de lucidez. E se o flerte com o Sr. Suicídio não for adiante, o dia 13 reserva a possibilidade de ele (o cara imperfeito que eu quero para minha vida) ler este texto e, mesmo que tardiamente, me salvar das garras da faminta depressão estendendo sua mão para juntos nos jogarmos no abismo do amor.
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