Somos três: Eu a Lili e o Nano, média de idade 31 anos e toda sorte de trejeitos e esperanças de adolescentes a descobrir o mundo, e o amor.
Numa tarde qualquer estava indo, como é costume, à padaria quando encontro minha amiga Lili que gentilmente me acompanha. Ainda nos 50 primeiros passos ela dá um gritinho eufórico e diz: “Giu, Giu, esqueci de falar. Sabe quem está ali, ai...”. Começa o detalhado relatório, que se resume ao fato de estarem dois frutos de nossas afeições, e do Nano também, em frente a uma casa – bebendo e conversando a tarde inteira, segundo ela. Passamos por eles e os encaramos intensamente, numa mistura de desejo e deboche, e continuamos dando umas olhadinhas nada discretas até dobrarmos uma esquina.
Risadas, comentários, e uns pulinhos típicos dos meus 15 anos. Chegamos à padaria com o objetivo de logo voltar para de novo “se jogar” para os bofes. Entre um acerto e outro no planejamento da “galinhagem” decidimos ligar para o Nano (ele ainda estava trabalhando) a fim de dividirmos o momento.
Do outro lado da linha mais intensidade juvenil, por pouco ele não largou o fone e correu para nos encontrar. Enquanto relatava o fato ele ia se empolgando e ajudando no plano, não sem se lamentar por não estar presente.
Agora somos Lili, eu e o Nano (ao telefone) – o trio está completo, e andando com sinuosidade maior que a natural passamos, de novo, em frente às vítimas.
Vou narrando os acontecimentos, via Embratel, e me sentindo perdido em ter de contar o que se passava, me insinuar, e ainda ouvir o Nano tentando dirigir a cena e não se contendo de euforia.
Explodindo de alegria, viramos a esquina aos gritos e gargalhando (de novo os toscos pulinhos). E agora? Um deles até deu tchauzinho, ai Gzuis...
Recompostos, e após muita discussão vamos à luta. Ficou combinado que mandaríamos uma criança levar meu telefone até o assanhadinho que deu tchauzinho; e o Nano ia falar que a Lili sim queria ele (todo, cada pedaço daquele homem que deve medir 1,93 de altura por 1,50 de largura).
E o inevitável acontece, nenhuma criança na rua e o Nano insistindo que levássemos o telefone, após algum tempo de impasse fomos decididos a continuar o plano – entregaríamos, nós mesmos, o telefone! E claro, neste meio tempo, eles tinham ido embora. Não nos demos por vencidos e seguimos ambos, na cola de seus calcanhares.
Quase correndo, eu e Lili viramos em uma travessa para encontrá-los de frente, e o encontro se daria na rua onde reside o Nano – fiasco total!
Eles estavam em frente à casa vizinha ao Nano e eu e minha amiga tivemos de encenar uma situação: Fingir estar à procura do Nano, em sua casa, sem dar mancada de que ele estava junto (via telefone). A cena foi horrível, nem mesmo garotinhas fariam algo tão bobo. Comentei com a Lili que parecíamos adolescentes de 16 anos; rimos e ainda ouvimos do Nano (meio frustrado e irritado) que se ele estivesse presente nós íamos parecer adolescentes de 13 anos. Como é bom se permitir, e não se levar tão a sério!
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