Confesso que tinha certo fetichismo em ir ao famigerado Bar da Fava, localizado no bairro Cachoeira, e como vontade é algo a satisfazer estou satisfeito.
É necessário elucidar que a Fava é um ambiente nada familiar conhecido por oferecer noites de forró, gente de estética diferenciada e, claro, cachaça.
O forró eu não ouvi, pois na noite em que resolvi ir a programação era o tão presente em minha rotina samba.
A saga rumo a Fava começa com dois caras gays (eu um deles) duas mulheres (na fase dos 30) e um homem recém-separado de seus vinte e poucos anos, todos fazem a peregrinação rumo à diversão de maneira ecologicamente correta – a pé.
Travessas do Morrinho I, cliclovia, semáforo e Av. Trancredo Neves tudo na maior alegria etílica. Dando as boas-vindas nada mais nada menos que uma figura de alcunha “Coelhinho do mal” e sua cúmplice “Ronaldinha”, por motivos de economia prefiro não me estender nesses personagens.
Enfim a elevação, subo uns três degraus e a animação aumenta no ritmo que avistamos o público masculino, sim estou dentro do caldeirão chamado Fava.
A macharada é um capítulo a parte, tem pra todos os gostos: amigos, conhecidos, novinhos, feios, bonitos, casados, maloqueiros, boleiros, divertidos, arrumadinhos, negros, branquelos, de boné, braçudos, sem camisa, funkeiros, sambistas, bonitos, cheirosos, estranhos, etc.
Cerveja no copo, cerveja na boca e a alegria toma conta do grupo, todo mundo muito a vontade.
Samba no pé e no gogó, mais cervejas, alguns conhecidos e a diversão é ímpar. Dancei, galinhei, me esfreguei (não fui o único) e fiz a social na maior naturalidade, me senti local. Gente suada e muita risada, eis que resolvem tocar um hino dos anos 90 – “boquinha da garrafa”, em qualquer outra ocasião no máximo um sorriso amarelo e a sensação de um dia ter compactuado com aquela inspirada letra, mas na Fava é diferente e então eu e todo mundo desavisadamente dançamos no gargalo da garrafa em um misto de reminiscência feliz e liberdade libertina.
Mais não conto, é necessário passar pela experiência para sentir a transformação em seu espírito baladeiro/bagaceira, mas afirmo que depois da Fava você não mais será o mesmo. Muda a ótica de como se integrar e se entregar.
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