31 março 2009

“Cadê o Giuliano?” – Uma historinha cotidiana

O relógio marca exatamente 3h e 47min quando ouço uma voz baixo chamar meu nome, em resposta dou um tímido assovio.
O inusitado da cena é o fato de a pessoa que me chama ser o Tuca, afinal ele é um tipo bem incomum e quem o conhece sabe que para ele sair de casa às 15 horas que seja é uma tarefa hercúlea.
O Tuca é um eremita contemporâneo, enclausurado em seu quarto na companhia de filmes de arte, literatura diversa, divas lésbicas da música e vídeo-game, enfim...
Desço as escadas na escuridão da luz apagada, ao ver meu amigo é latente um sorriso e um brilho diferente no olhar, a vida bate à sua porta.
Após ele narrar uma aventura ao lado do meu amigo Fabi (que por questões éticas e de cumplicidade não discorrerei acerca) ele diz enfaticamente: “E tem mais, estávamos passados com o que aconteceu e...”
A narrativa seguia com a descrição de um rapaz que passa pelos dois incautos e pergunta, na lata, sem massagem, no cara a cara: “Cadê o Giuliano?”.
Posso imaginar a reação de ambos, que meio sem entender e entorpecidos pelos recentes acontecimentos só conseguiram responder:
“O Giulianoooooooo? Ele já entrou. É já entrou”, após tão elucidativa resposta o mancebo dá tchau e some pedalando errante pelas travessas do Morrinho.
Após ouvir o entusiasmado relato a dúvida, quem é este que me procura pelas ruas? Fabiano e Tuca também se perguntaram, afinal nunca tinham o visto, e o máximo que meu amigo conseguiu descrever do carinha é que ele é moreno e bonitinho (talvez um feio arrumadinho, mas ele jura que o cara é bonito).
Puta que vos pariu, quem é este garoto? Fiz algumas conjecturas e cheguei a conclusão que não faço ideia de quem possa ser, afinal nenhum dos meus dois mais próximos amigos o conhecem.
Se alguém sabe quem é este que me procura me avisa, por favor, e pede para ele ser mais discreto e não perder a esperança.
Afinal, se ele tiver sorte (atitude percebi que não falta) pode me encontrar de bom humor e aí quem sabe...

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